Cidadania Gestão

ACG – Associação Catarinense Amigos de Cães Guia.

Helio Abreu Filho
Advogado, Administrador , Sanitarista e Mestre em Adm. Pública.

Trata-se de um conjunto de breves relatos sobre a trajetória da ASSOCIAÇÃO AMIGOS DE CÃES GUIA (ACG/SC) e de seu sucedâneo a ESCOLA DE CÃES GUIA HELEN KELLER, em Florianópolis, ambas constituídas sob a inspiração do médico hematologista AUGUSTO LUIZ GONZAGA. Registra-se por oportuno a contribuição de Hélio Abreu Filho (primeiro presidente da ACG), Maria Sonia Pellegrim Warkem, Lourdinha Furtado Silbernagel, Coronel Oscar Manoel Bernardo, Hamilton Vasconcellos, Sergio e Marilia Fragoso, entre outros valorosos colaboradores.

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Centro de Produção da Justiça Federal

Hoje existem no Brasil cerca de trinta cães-guia auxiliando deficientes visuais. Entretanto, até agora as leis que regulamentavam o direito ao acesso a locais públicos com os animais era estaduais ou municipais – Santa Catarina foi o primeiro Estado a regularizar a situação, em 1998. Logo depois, vieram Rio de Janeiro, são Paulo e Rio Grande do Sul. Esta matéria foi exibida no Via Legal 161 em 5/10/2005 – Lei Cegos TRF 2 – Ana Cláudia Paixão

Fonte: http://www.cjf.jus.br/vialegal/materia.asp?CodMateria=67

NOTA: A lei municipal de Florianópolis ocorreu em 1997.

 

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Capital pode ter escola de cães guia – Jornal AN CAPITAL, 20/Ago/1999

Brasileiro que foi pioneiro tenta viabilizar empreendimento – Aline Felkl

Cães guias devem ser fornecidos sem custos para o usuário. É seguindo esta regra mundial, adotada em países pioneiros no treinamento de cachorros para cegos, como Austrália, Inglaterra, Áustria e Nova Zelândia, que Florianópolis pode ser novamente referência brasileira no assunto. A Capital já teve seus méritos anunciados nacionalmente quando aprovou, em novembro de 1997, uma lei municipal permitindo o acesso de cães acompanhantes de cegos em locais públicos, de comércio e de serviços de saúde – que mais tarde foi editada também pelo Estado. (…).

AjudaÉ por isso que a Associação Catarinense de Amigos de Cães Guias começou a divulgar o trabalho de Moisés junto com um pedido de ajuda. O instrutor acredita que o primeiro cão “totalmente brasileiro” só esteja pronto para atuar em dois anos. Mas, como a intenção é seguir o modelo de isenção de custos, a entidade está à procura de parceiros para a implantação da escola. Moisés espera treinar os cães e também novos instrutores, interessados num trabalho voluntário. Novamente o empresário local está patrocinando a ideia, contando com criadores de cachorros que já se ofereceram como fornecedores de filhotes. Apoiam a iniciativa a seccional da Lagoa da Conceição da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif/Lagoa) e o Lyons Clube Internacional.

Fonte: http://www1.an.com.br/ancapital/1999/ago/20/index.htm

 

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 Cão Guia – Instituto BIR

ESCOLA DE CÃES-GUIA HELEN KELLER PROJEÇÕES PARA O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO. Um projeto e muitas esperanças!

(…).

O PASSADO E PRESENTE DA ESCOLA HELEN KELLEREm 1995, com a ajuda da Federação Internacional de Escolas de Cães-Guia para Cegos, com sede em Londres, conseguimos que uma escola associada a essa Federação Internacional, a New Zealand Foundation for the Blind, aceitasse um aluno brasileiro. Após um ano de trabalho fazendo inúmeras entrevistas, conseguimos selecionar um economista de São Paulo, que se interessou em viajar para o exterior e transformar-se num instrutor de cães-guia de cegos. Para tal, o sr Ian Cox, gerente geral da escola, veio ao Brasil e fez várias entrevistas com candidatos e aprovou um deles, que ficou três anos e alguns meses na Nova Zelândia, em Auckland. Foram importados da Nova Zelândia (NZ) dois cães-guia para serem entregues a dois cegos, um Labrador, para Carlos Henrique Gueller, e outro, um Golden Retriever, para José Carlos Rodrigues. Os cães se chamam Arthur e Ben e ainda agora, com dez anos de idade, trabalham diariamente, com os cegos que estão satisfeitíssimos e ansiosamente aguardando um novo cão.

(…). Havíamos fundado, também no dia 19 de maio de 1999, o Lions Clube Florianópolis Lagoa Helen Keller, com o objetivo principal de lutar para implantar o programa de cães-guia para cegos.

Fonte: http://www.instituto-bir.org/cao_guia.html

NOTA: Hélio Abreu Filho presidiu a primeira gestão do Lions.

 

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Folha de São Paulo – 20 de fevereiro de 2009

Caderno cotidiano, pág. C4 – Obituário – ESTEVÃO BERTONIDA REPORTAGEM LOCAL

Um pioneiro no tratamento de hemofílicos. A iniciativa do médico Augusto Luiz Gonzaga de abrir uma escola de cães-guia para cegos.

Começou com um anúncio no jornal, que ele mesmo mandou publicar. Procurava um instrutor para a Nova Zelândia, único país com um curso de formação de treinadores aberto a alunos estrangeiros. Augusto bancou tudo.

Não tinha cegos na família, nem amigos cegos, mas percebia que alguns pacientes com a deficiência deixavam de sair de casa. Para ele, um cão poderia mudar-lhe a vida.

Entrevista: Carlos Henrique Gueller – Vice-Presidente da ACIC.

Existe, aqui em Florianópolis, a Escola de Cães Guias Helen Keller, que com a ajuda da Federação Internacional de Escola de Cães Guias para Cegos de Londres, formou o primeiro brasileiro a ser instrutor de cães guia, o paulista Moisés que passou mais de 3 anos, na Nova Zelândia, para se especializar e treinar os cães para serem guias. A ideia saiu do papel e tornou-se realidade graças à iniciativa pioneira do empresário Augusto Gonzaga.
Carlos Henrique Gueller (Caíque) foi o primeiro catarinense a receber um cão guia, o amigo “Arthur” (um Labrador) que tem a credencial de número 1.

Fonte:http://www.marcocezar.com.br/colunas/index.php?codTexto=15

 

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O ESTADO - Geral – Deficiente Visual

“Cão guia melhora a vida dos cego (Cristina Costa – FLORIANÓPOLIS).

Em países como Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e Japão é comum encontrar pessoas com deficiência visual sendo guiadas por cães. No Brasil, a idéia de tentar fazer algo semelhante iniciou quando o Diretor da Escola Cães Guias para Cegos da Nova Zelândia, Ian Cox, depois de visitar a cidade do Rio de Janeiro, onde havia pessoas interessadas na iniciativa, encontrou em Florianópolis a infra-estrutura compatível para a execução do projeto por ser uma cidade menor e com mais policiamento. Está sendo implantada em Florianópolis a Associação Catarinense de Amigos de Cães Guias.
Segundo o instrutor de cães, Moisés Vieira dos Santos, cães são treinados para se ocupar apenas das pessoas que estão guiando. No caso de outro cão se aproximar, fica apenas em alerta. É necessário gostar de cachorro. O animal além de amigo do deficiente lhe confere dignidade, independência, facilita seu trabalho e sua integração junto à sociedade. Moisés comenta que são necessárias mudanças na legislação para ser permitido o acesso dos animais em lojas, ônibus, restaurantes e outros locais públicos. Ele assegura que qualquer raça pode servir para cão guia, mas as mais comuns são labrador retriever, pastor alemão, dálmata e poodle standars. Para a seleção, é preciso o desenvolvimento genético apurado através das gerações. Apenas um filhote a cada 10 serve ao treinamento. Existem cães que aprendem mais de 100 endereços, inclusive em várias cidades. Alguns fixam na memória mais de 700 locais.
O presidente da Associação Catarinense de Amigos de Cães Guias, Hélio Abreu Filho, já entrou em contato com o diretor da Vigilância Sanitária do Estado, Edson Macari, que vai sugerir as alterações necessárias na lei. Ele explica que a Associação está sendo mantida por alguns empresários que preferem não se identificar. A intenção é fundar a primeira Escola de Amigos de Cães Guias na América Latina.

A Secretária da Associação Catarinense de Amigos de Cães Guias, Maria de Lourdes Silbernagel, disse que há três formas para as pessoas participarem da entidade. O sócio efetivo é aquele que colabora para que a Instituição cumpra o seu papel social. O sócio contribuinte é quem mensalmente remete uma quantia em dinheiro para a manutenção da entidade. E, finalmente, o sócio-benemérito é aquela pessoa ou empresa que transfere bens para uso da entidade.

COLABORAÇÃO - O presidente da Associação Catarinense de Amigos de Cães Guias, Hélio Abreu Filho, ressaltou que mesmo com a colaboração dos empresários para a manutenção da entidade, é necessário ampliar as fontes de recursos. O curso do instrutor Moisés Vieira dos Santos, na Nova Zelândia, com duração de três anos, está sendo custeado pelos empresários. “Mesmo assim ainda precisamos de muita ajuda financeira. Pretendemos fundar aqui no Brasil, ou melhor, na América Latina, a primeira Escola de Amigos de Cães Guias, e para isto necessitamos de patrocinadores.”

Lei Municipal N° 5.189, de 3 de novembro de 1997

Lei Municipal N° 5.189, de 3 de novembro de 1997

Dispõe sobre a permanência e ingresso de cães guia nos locais que especifica
Faço saber a todos os habitantes do município de Florianópolis, que a Câmera de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° – Os cães guia, quando acompanhados de pessoas portadoras de deficiência visual, de pessoa portadora de deficiência física ou de treinador ou acompanhante habilitado, poderão ingressar e permanecer em qualquer local público, meio de transporte ou de qualquer estabelecimento comercial, industrial, de serviço ou de promoção, proteção e recuperação da saúde, desde que, os acompanhantes sujeitem-se a obedecer qualquer condição sensata imposta pelo proprietário ou responsável.
Parágrafo 1° – Atenta contra os direitos humanos a pessoa que impede qualquer outra pessoa que dependa de um cão guia a ter acesso a locais públicos, meio de transporte ou estabelecimento aos quais outros membros do público tem direito ou permissão ao acesso ou lhes esteja a disposição.
Parágrafo 2° – (…)
Art. 2° – Para fins desta lei, entende-se por:
Cão guia: o cão guia que tem obtido certificado de uma Escola filiada e aceita pela Federação Internacional de Escola de Cães Guia para Cegos, que esteja a serviço de uma pessoa portadora de deficiência, ou em estágio de treinamento.
Art. 6° – Revogam-se as disposições em contrário.
Prefeitura Municipal, em Florianópolis, aos 03 de novembro de 1997.
ANGELA REGINA HEINZEN AMIN HELOU – Prefeita Municipal – DOE – 04.11.97


Lei Municipal N° 5.293/1998

Lei Municipal N° 5.293/1998

Declara de Utilidade Pública a “Associação Catarinense de Amigos de Cães Guia – ACG”.
Autor: Vereador Paulo Ávila da Silva. Data:04.06.1998.
Presidente (ACG): Hélio Abreu Filho (1996/1999)


Instrução Normativa N° 003/98 – DETER/SC

Instrução Normativa N° 003/98 – DETER/SC

Disciplina os procedimentos necessários ao cumprimento do Decreto N° 3.097, de 20 de Julho de 1998, que regulamenta a Lei N° 1.162, de 30 de novembro de 1993.
O DIRETOR GERAL DO DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES E TERMINAIS – DETER, no uso das atribuições (…), RESOLVE:
Art. 1° – A Carteira de identificação a que se refere o artigo 5° do decreto 3.097, de 20 de Julho de 1998, obedecerá o modelo-padrão estabelecido no Anexo desta Instrução Normativa.
Parágrafo único – (…)
Art. 2° – A Carteira de Identificação será entregue pelo DETER à Fundação Catarinense Especial – FCEE, (…)
Art. 3° – A FCEE informará ao DETER, mensalmente, o número de Carteiras distribuídas (…).
Art. 4° – (…)
Art. 5° – Ficam reconhecidas as carteiras expedidas pela Associação Catarinense de Amigos de Cães Guias – ACG, em cumprimento ao $2 do artigo 7° do decreto N°3.097, de 20 de julho de 1998, que objetivem comprovar a necessidade de utilização do cão guia.
Parágrafo único: A ACG_ comunicará ao DETER o número de carteiras expedidas por região do Estado.
Art. 8° – Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
Florianópolis, de julho de 1998.
JOSÉ ACELMO GAIO – DIRETOR GERAL


Escola-Caes-Guia
Esquerda para direita: Augusto Luiz Gonzaga (V.P. ACG/SC); Halem Guerra Nery (ACAPRA) e ao lado Maria Sonia Pellegrim Warken (SERTE), Ghido Warken, Carlos Augusto Gueller (CAIC) e esposa (Beneficiado), Hélio Abreu Filho (Presid. ACG) e Ghislaine Lobo, Lourdinha Furtado Silbernagel (Secretaria da ACG/SC), José Carlos Rodrigues (Beneficiado), Leonardo Silbernagel, Denise Gonzaga (Diretoria ACG).
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Nota de falecimento do Dr. Augusto Luiz Gonzaga - 18/02/2009

É com pesar que a Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH) informa o falecimento do Dr. Augusto Luiz Gonzaga, no último dia 17 de fevereiro. Nascido em Florianópolis, Gonzaga tornou-se médico aos 18 anos e especializou-se em hematologia no Rio de Janeiro e ocupou dse 1985 a 1987, o cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia no Rio de Janeiro e ocupou de 1985 a 1987, o cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH). Criou o Centro de Hematologia de Santa Catarina, a Casa do Hemofílico e o Hospital do Hemofílico, que, mais tarde, transformados na Sociedade Luiz Fernando Baré, recebeu reconhecimento da World Federation of Hemophilia como centro de referência internacional de treinamento e tratamento em Hematologia e Hemoterapia. O especialista tornou-se ainda consultor cientifico dos assuntos relacionados a sangue da Cruz Vermelha Internacional e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Aposentado, o médico voltou a Florianópolis e passou a dedicar-se a instalação da primeira escola de cães e guia para cegos do País e à pintura cerâmica.

Link: http://sbhh.com.br/rss/noticia.php?id=88
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